Não, não aparecem
números nos meus sonhos, não me admira, nunca gostei muito deles e afastei-me
assim que pude. Curiosamente eles aparecem agora, quando acordada me falam em
estatísticas. Interessam-me as estatísticas. Avaliam o presente, comparam com o
passado e também prevêem o futuro. E o futuro é uma incógnita, não
pequena, mas uma imensa, ameaçadora incógnita.
Não estarei cá
para verificar as previsões, a linha do horizonte está mais próxima. Resta-me a
certeza do meu passado, nunca tranquilo, porque a tranquilidade era algo que eu
não procurava e por isso me enfiei na tempestade achando sempre que o barco
aguentava e que depois, durante algum tempo, me pudesse abrigar num porto de
águas calmas.
Sim acontece-me
ter medo, porque sei que os barcos afundam ou encalham, no gelo, nas areias
escondidas e traiçoeiras. Depois tenho a noção da total inutilidade do medo. De
que me serve, não me protege, pelo contrário, tira-me forças e energia.
O presente é cheio
de novas esperanças, que os meus netos materializam. A eles a vida
pertence-lhes, o caminho está aberto, apesar das curvas, das derrapagens, das
paragens bruscas.
Gostava de pensar
que as forças se equilibram, que é reencontrada uma nova luz, outra estrela, o
sol parece estar tão cansado!
Gosto TANTO deste texto. Parabéns!
ResponderEliminarMaria não a identifico...mas obrigada pelas suas palavras. Gostei TANTO!
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