Nesse dia com uma expressão ansiosa que não
lhe conhecia, segurou-me na mão e em voz baixa, pediu-me “Help me, help me
please!”
Mantive-me calada, a segurá-lo junto a mim ou
talvez a tentar protegê-lo do que aí vinha. Eu sabia, sabia já há alguns meses
que nada poderia ser feito, que nada já resultaria, só nos restava esperar o
fim. Entre o fim e aquele dia, havia ainda a vida que se esgueirava, que fugia,
mas aquela que teimava em restar era preciso dar-lhe cor, preenchê-la com sorrisos,
com um abraço terno, uma palavra de esperança, uma escolha sensível de todos os
detalhes, para que tudo parecesse igual, para que nada parecesse ameaçado.
Pouco tempo depois já no hospital foram as
enfermeiras a quem chamei de mães que, com os olhos cheios de lágrimas me
agradeceram a confiança e como a palavra mãe lhes tinha dado forças para
continuarem, para enfrentar o fim e a dor, mesmo que a dor não fosse a delas,
ou não seria também…porque a abnegação, a entrega, a devoção que demonstraram a
todos os minutos só as mães verdadeiras são capazes.
Obrigada!
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