Hoje a inspiração fugiu entre o balde, a esfregona e um livro maltratado, não me resta senão obedecer ou desobedecer.
Vou obedecer à esfregona e condicionar o meu texto a esse objecto com franjas na ponta normalmente sujas e a pingar? Não, não quero. E depois há o balde - detesto a palavra balde, associo-o a um objecto feio de zinco escuro e água turva, Recuso o balde. Resta o livro maltratado, podia dar origem a um desafio pseudo-filosófico, não estou para aí virada.
O respeito incondicional pelo livro? Ou o respeito incondicional pelo autor?
Escolho o autor, selecciono o autor, esqueço-me das palavras, lembro o ritmo, a capacidade de captar a emoção, as lágrimas que caem sem nós querermos. O livro que ficou na biblioteca da nossa memória, o livro que corre ainda nas nossas veias, o livro que é nosso e sempre será, o livro que nos possuiu, que nos manteve fora da nossa realidade, o livro que não queríamos que chegasse ao fim, o livro que nunca será maltratado.
Desde há uns tempos que aqui não vinha e deparei com este post essencial para perceber a autora.
ResponderEliminarFoi muito bem resolvida a proposta/provocação: "... o livro que ficou na biblioteca da nossa memória… que nunca será maltratado"
Cps
MJ