O silêncio tomou conta de nós. Parámos,
ficámos a olhar um para o outro
Tínhamos dito coisas a mais, violentas e
duras.
Luís olhava-me com tristeza e os olhos
enchiam-se de lágrimas. Comecei a falar, a voz grave, séria, melancólica:
-Excedemos-nos,
fomos para além do possível, do perdoável, restam-nos talvez as memórias,
lembranças de dias luminosos, onde a esperança entrava triunfante de braços
abertos. Acreditámos que só a verdade nos podia conduzir e esquecemos que a
verdade é muitas vezes implacável e desperta em nós sentimentos confusos, entre
o ódio e a vontade de compreender. Desconhecíamos a nossa incapacidade de
perdoar, a nossa intolerância.
Fomos
vítimas de um juramento imaturo: “A verdade, e só a verdade e acima de tudo a
verdade.”
Como
nos enganámos; a verdade matou a nossa relação, a nossa paixão. Agora só nos
resta dizer adeus, mas peço-te por favor para não desejares que eu seja feliz.
Não vou ser, talvez um dia quando a tua verdade se apagar dentro de mim.
Vai, vai-te embora agora, eu preciso ficar.
O sol põe-se incandescente no horizonte.
HB
Gostei muito, minha querida Helena!
ResponderEliminarAdoro os seus textos, qualquer dia tem que os compilar em livro.
bjs com saudades
Mariana