Sabe que
não tem muito tempo, mas não se atreve a olhar para o relógio, prefere pensar
que o que lhe resta é dela e só dela; do outro lado está ele, separados por uma
barreira de vidro, onde por um pequeno orifício podem proferir algumas
palavras. “Não chores, tudo vai passar…”
Ela tenta
sorrir, dizer-lhe que o amará para sempre, que nada os separará. Mas a voz fica
embargada na garganta, e agora soluça convulsivamente. O rosto dele está
transtornado pela dor e pela comoção. Consegue ainda esboçar um gesto como se
lhe acariciasse os cabelos.
Ouve-se uma
sirene, acabou o tempo; ela não consegue levantar-se; ele olha-a, procura um
sorriso, uma luz.
Alguém
aproxima-se e diz:
“- Já não
dá…desculpe.”
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