O passado é
um presente, presente como? Presente como a única coisa que temos a certeza que
possuímos, que é nossa, exclusivamente nossa, sim, o passado é um presente que
a vida nos foi oferecendo ao longo dos anos e que fomos ou não capazes de saborear,
de aproveitar, de desperdiçar.
Quanta vida, tempo de vida que deslizou por entre os dedos,
sem que nos preocupássemos um segundo que não o recuperaríamos nunca, que
deitámos pela janela fora sem nos apercebermos que ele não voltaria mais.
O tempo é a estrada da nossa vida. Lembro-me de um amigo que não sabia guiar e pedia sempre para
o levarem pelo caminho mais bonito, com curvas e contra curvas, com a vista
surpreendente do mar, do precipício, das rochas abruptas, da subida difícil
pela estrada estreita da montanha, da paisagem que de repente nos corta a
respiração.
E quando cai um nevoeiro cerrado, que nos
impede de perceber para onde vamos mesmo com os faróis acesos numa tentativa de
encontrar a direcção correcta, resta-nos esperar que o fim não esteja tão longe
assim.
O presente é tão fugaz que se perde entre o passado que
sabemos ter e o futuro que queremos ter.
HB
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